Resumo Este estudo tem como base amostra de 55 plantas de apartamentos dos arquivos da Prefeitura de Florianópolis (SC). Foram analisados apartamentos com dois ou três dormitórios em edifícios multifamiliares de quatro ou mais pavimentos, construídos na área central insular em Florianópolis e aprovados no período entre 1954 e 2008. O objetivo foi identificar as alterações morfológicas, ao longo das décadas, e dos padrões de organização das plantas segundo sua setorização e hierarquização dos ambientes. Os resultados mostraram variações e tendências ao longo das décadas analisadas, tais como grande variação dos percentuais das áreas dos setores (social, íntimo e serviços), principalmente a partir do início da década de 2000. Os cálculos mostraram também que medidas de integração (HH) das unidades mantiveram-se estáveis até o início da década de 2000, quando aumentam expressivamente, muito provavelmente pela maior presença de apartamentos com sala aberta para cozinha, que cresce em importância e centralidade. As medidas de isovista média e de isovista da porta de entrada indicaram tendências semelhantes. Essas alterações demonstraram aderência entre a estrutura espacial desse tipo de unidade habitacional e as alterações do perfil socioeconômico dos diferentes extratos da população ao longo das décadas, bem como mudanças em aspectos culturais como relações de sociabilidade, hábitos e disposições.
Abstract This study is based on a sample of 55 apartment plans from the archives of the Municipality of Florianópolis (SC). Two- and three-bedroom apartments in buildings with four or more stories built in the central area of Florianópolis, and approved in the period between 1954 and 2008, were analysed. The goal was to identify the morphological changes that occurred over those four decades, and the changes in the spatial patterns of plans, considering their sectors (social, intimate and services) and hierarchies. The results showed certain variations and trends over the decades, such as a wide variation in the sectors’ areas percentages, mainly from the early 2000s. The calculations also showed that integration measures (HH) were relatively stable until the early 2000s, when they increased significantly, most probably due to a greater presence of open-plan kitchens, which grew in importance and centrality. The average Isovist size and Isovist size from the main entrance door showed similar trends. These changes have shown an adherence between the spatial structure of these types of residential units and socioeconomic changes in different social groups over the decades, as well as cultural aspects such as sociability relations, habits and dispositions.